quinta-feira, 2 de setembro de 2010

REGRESSO A COIMBRA

Voltei espancado por essa saudade…
Um só retrato tenho na moldura;
Sinto que já me pesa a minha idade
Mesmo tão longe dessa sepultura!

Calejo minhas mãos com mais prazer…
Uma imundice de saudades brutas
Desta Coimbra que me faz dizer
Pensamentos em criptas tão astutas!

Meu quarto é habitado pelo pó,
Mas os livros mantêm o saber…
Mártir da escuridão sem ter mais dó!

Num primeiro acto escrevo sem perder
A noção consciente desta mó:
Vim só para os problemas resolver!

António Botelho

2 comentários:

  1. Olá poeta dos sonetos! Gostei e me identifiquei muito com este soneto! É engraçado como sofremos tanto...tanto...e ainda somos tão jovens para essa imensidão de sofrimentos...De onde vem essa agonia? Acho que minha alma está perdida num espaço e tempo...Ela não se habitua a esta modernidade tão descabida, tão mal acomodada...Ah, desculpe, mas o soneto me fez cair em devaneios. Parabéns!!!

    abraços

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  2. Caríssima Daniele,
    Muitíssimo obrigado pela sua apreciação!
    Fico feliz em saber que se identificou com o meu soneto.
    De onde vem esta agonia? Não é agonia, talvez seja só uma melancolia que me invade por vezes e que me faz fazer criações poéticas deste género.
    Mais uma vez, obrigado.

    Cumprimentos poéticos,

    António Botelho

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