quinta-feira, 25 de março de 2010

O meu redor















Foco tudo referente ao redor,
Permaneço mudo, sem meu descanso.
Não esqueço, não cessa esta minha dor,
Sem pressa, no inconsciente me lanço.

Não acordo, pois nunca me vi dormindo,
Só recordo os dias em que era calmo.
As mãos frias não vão permitindo
Escrever com exactidão o salmo.

E os raios de sangue sobre meus olhos,
A rotura da homeostase morta,
Só os céus se aproximam destes meus folhos.

Sou habitante da consciência torta,
Adorado da treva mais que aos molhos,
Sou o tempo da latência que transporta.

António Botelho

In Sonetos

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