O ALMOCREVE (Foto Bruno Andrade)
Desse raio sonoro nasceu vida
Incandescente nas asas de neve
Frágeis como a memória tão perdida
Dos tempos em que ser um almocreve
Era esse gesto andante de aguerrida
Ligando o mundo que agora é tão breve
A internet de tempos sem guarida
A honra e a palavra agora só se escreve
Os animais trilhavam com as gentes
Carteando odes dos seus mestres santos
Sob chuva e granizo tão estridentes
Com candeias p´las noites frios mantos
O tilintar das cargas bater dentes
Assim morriam nas vias de prantos
dornelas - 17 de outubro de 2015
António Botelho